Números foram divulgados nesta quinta-feira pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro (FCCM)

Fotos: divulgação | Adriana Bernardes


A Região do Cerrado Mineiro conta com uma estrutura robusta de cooperativas, exportadores e armazéns credenciados, que garantem a rastreabilidade e qualidade dos cafés produzidos

Da redação da Rede Hoje

Os números divulgados nesta quinta-feira, 16, pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro (FCCM) destacam o crescimento expressivo da região, já reconhecida pela excelência na produção de café. Em 2024, a Região do Cerrado Mineiro atingiu um novo marco ao registrar um aumento de 160% nas certificações de origem. O volume de sacas certificadas com o selo de Denominação de Origem (DO) passou de 115 mil em 2023 para 300.500 sacas, consolidando a região como referência global em cafés de alta qualidade e com rastreabilidade.

Esse avanço é resultado de diversas mudanças estratégicas implementadas para garantir a autenticidade e rastreabilidade dos cafés da região. De acordo com Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, a melhoria nos processos de certificação e a adoção de medidas inovadoras, como a certificação de cafés em bica corrida e o envio automático de certificados de qualidade, foram essenciais para o sucesso alcançado. Essas ações visam aumentar a transparência e atender às exigências de mercados globais.

A Região do Cerrado Mineiro conta com uma estrutura robusta de cooperativas, exportadores e armazéns credenciados, que garantem a rastreabilidade e qualidade dos cafés produzidos. Entre as cooperativas destacam-se a Carmocer, Carpec, Coopadap, Coocacer, Expocacer e Montecer e entre os exportadores Cafebras, Nutrade, Dreyfus, Sucafina, NKG Stockler e Volcafe.. Esse sistema integrado de custódia permite um controle eficaz sobre a origem dos grãos e assegura que os cafés da região atendam aos mais altos padrões de qualidade.

A recente implantação de uma nova política de Denominação de Origem da RCM também contribuiu para o crescimento. Segundo Gláucio de Castro, presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, essa mudança possibilitou que cooperativas e armazéns lacrassem seus cafés, fortalecendo a identidade e visibilidade do produto. A campanha "A verdade é rastreável", que visa combater o uso indevido da denominação "Cerrado Mineiro", também foi crucial para reforçar a autenticidade da marca.

No cenário internacional, os cafés certificados da RCM conquistaram destaque nos principais mercados, com a Europa, Estados Unidos e Coreia do Sul sendo os destinos mais relevantes. A parceria com a torrefação italiana illy caffè, que desde 2023 comercializa uma linha de café torrado com o selo de origem da RCM, exemplifica a crescente valorização da autenticidade e sustentabilidade do café da região. Essa colaboração não só fortalece a imagem do Cerrado Mineiro, mas também coloca a região em evidência no mercado global de cafés especiais.

Para os cafeicultores da região, o selo de Denominação de Origem é um diferencial valioso

Para os cafeicultores da região, o selo de Denominação de Origem é um diferencial valioso. Ana Cecília Velloso, cafeicultora e embaixadora da DO, destaca que o reconhecimento da origem controlada é fundamental para agregar valor ao produto e conquistar mercados exigentes. Cleber Ribeiro, presidente da cooperativa Carmocer, também reforça a importância da certificação, que não só valoriza os cooperados, mas também fortalece a identidade da região no mercado internacional.

A Região do Cerrado Mineiro, com 55 municípios e cerca de 234 mil hectares de café, continua a se consolidar como um dos maiores polos produtores de café do Brasil. Com sua produção voltada principalmente para a exportação, a região segue se destacando não apenas pela qualidade de seus grãos, mas também pela sua capacidade de inovar e atender às exigências de um mercado global cada vez mais competitivo.


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