Prefeitura informa avanços no agendamento de exames e cirurgias, mas relatos nas redes sociais apontam falhas no atendimento no PS Municipal
(Foto: Divulgação/Prefeitura)
A Prefeitura de Patrocínio divulgou nesta semana novos dados sobre o enfrentamento às filas por exames e cirurgias na rede pública de saúde. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, mais de 4 mil exames foram agendados nos últimos dois meses, com uma média atual de 2 mil exames por mês.
Entre os avanços citados estão a eliminação das filas para exames de tomografia e MAPA (Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial). De acordo com a gestão, procedimentos que antes levavam meses agora são realizados em até 30 dias após o agendamento.
No setor de cirurgias eletivas, o município informou que 395 solicitações foram enviadas à Santa Casa em um período de 45 dias. Destas, 265 já foram realizadas e as demais estão com data marcada. A medida faz parte de uma força-tarefa que visa reduzir o tempo de espera, que em alguns casos ultrapassava três anos.
A administração municipal afirma que a reestruturação do fluxo de atendimento e a priorização das demandas reprimidas vêm modificando o cenário da saúde pública no município.
Relatos nas redes contrastam com números
Enquanto os dados oficiais apontam avanços, moradores têm utilizado redes sociais e grupos de WhatsApp para relatar experiências negativas, especialmente no Pronto Socorro Municipal (PS).
As queixas mais frequentes envolvem condutas inadequadas por parte de alguns funcionários, com alegações de que o atendimento muda quando gestores ou autoridades estão presentes no local. Também há diversas menções a encaminhamentos constantes do PS para a Santa Casa, o que, na visão dos usuários, indicaria fragilidade no atendimento direto do Pronto Socorro.
“Quando o prefeito está presente, o ambiente muda. Fora isso, o atendimento é desorganizado e, em alguns casos, desrespeitoso”, afirmou uma usuária em grupo da cidade.
Outros comentários sugerem que, embora a estrutura seja suficiente em número de profissionais, faltaria preparo e comprometimento no trato com os pacientes.
Ainda assim, nem todos os relatos são negativos. Parte dos internautas defendeu os atendimentos prestados, sugerindo que os problemas estariam mais ligados a posturas individuais de profissionais do que ao funcionamento do sistema como um todo.
Discussão se estende aos investimentos públicos
Durante os mesmos debates, internautas também questionaram a compra de R$ 600 mil em grama para áreas públicas, como a Praça da Santa Casa e canteiros centrais da cidade. Alguns consideraram a ação válida, desde que haja manutenção adequada. Outros avaliaram como um investimento inoportuno diante das demandas da saúde pública.
A Prefeitura ainda não comentou diretamente as críticas levantadas nas redes sociais. No entanto, aliados do governo informaram à Rede Hoje que visitas-surpresa a unidades de saúde podem ocorrer nos próximos dias, com o objetivo de verificar de perto as condições relatadas pela população.
A posição da Santa CasaUma das entradas de atenimento da Santa Casa. Foto: Redes Sociais.
Em resposta à reportagem, o superintendente da Santa Casa de Patrocínio, Augusto Moura, afirmou que a instituição tem se empenhado para atender a demanda crescente enviada pelo município:
“Estamos nos esforçando bem para atender a demanda grande da Prefeitura, do município, e estamos avançando bem. É um serviço feito a várias mãos, porque envolve o interesse do município em remunerar a preço que cubra o custo dos procedimentos cirúrgicos, por exemplo; do hospital em ter estrutura e corpo funcional para operacionalizar; e do corpo clínico de médicos ter interesse em realizar os procedimentos pelo preço proposto pelo município.
O cobertor é curto, mas estamos nos esforçando para conseguir atender a demanda sem aumentar o déficit financeiro da Santa Casa de Patrocínio.”