Porta-voz da Casa Branca citou que Trump pode recorrer a “poderio econômico e militar” em defesa da liberdade de expressão


Palácio do Itamaraty em Brasília — Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


Da Redação da Rede Hoje

O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota na noite desta terça-feira (9) em que condenou a declaração da Casa Branca sobre possível uso de “poderio econômico e militar” dos Estados Unidos contra o Brasil. O comunicado ocorre em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus pela trama golpista.

Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro “repudia qualquer interferência de outros países na soberania nacional” e destacou que “o primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas”.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que a liberdade de expressão é prioridade para o governo norte-americano e citou o julgamento em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). “O presidente [Donald Trump] não tem medo de usar o poderio econômico e militar dos Estados Unidos da América para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo”, afirmou.

Em discurso em Manaus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o julgamento e criticou a articulação internacional envolvendo o ex-presidente Bolsonaro. “Esses caras tiveram a pachorra de mandar gente para os Estados Unidos para falar mal do Brasil e para condenar o Brasil”, disse.

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também reagiu às falas da Casa Branca. Em postagem nas redes sociais, afirmou que a “conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil” chegou ao “cúmulo” ao incentivar interferências externas. “Agora ameaçam invadir o Brasil para livrar Jair Bolsonaro da cadeia. Isso é totalmente inadmissível”, escreveu.

Julgamento do ex-presidente
No STF, a Primeira Turma retomou hoje o julgamento do ex-presidente e de outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado. O relator Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino votaram pela condenação. Faltam ainda os votos de Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A sessão foi suspensa e será retomada nesta quarta-feira (10).


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