Treinador italiano afirma que equipe não terá identidade única e explica ausência de Neymar em sua estreia oficial


Treinador respondeu sobre a identidade da Seleção Brasileira
(Foto: @rafaelribeirorio | CBF)

Da redação da Rede Hoje

Uma hora antes de sua apresentação oficial como técnico da Seleção Brasileira, nesta segunda-feira (26), Carlo Ancelotti surpreendeu os torcedores com um vídeo nas redes sociais. Nas imagens, o italiano homenageou momentos históricos do futebol brasileiro e, na legenda, escreveu: “Olá, Brasil!”. O gesto emocionou os fãs e deu o tom da nova era que se inicia na equipe pentacampeã do mundo.

Ancelotti desembarcou no Rio de Janeiro na noite do último domingo, usando um boné da Seleção Brasileira. O acessório foi interpretado como um sinal de que o treinador já se sente parte do time. A apresentação oficial aconteceu nesta segunda, às 15h, com o anúncio da lista dos 23 atletas convocados para os jogos contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

As partidas marcam a estreia de Ancelotti no comando da Seleção em um torneio oficial. O duelo contra o Equador será no dia 5 de junho, em Guayaquil. Já o confronto com o Paraguai ocorre no dia 10, na Neo Química Arena, em São Paulo. Antes disso, a apresentação do grupo está marcada para o dia 2 de junho, no CT Joaquim Grava, do Corinthians.

Durante a entrevista coletiva, Ancelotti afirmou que não pretende impor uma identidade única à Seleção Brasileira. Segundo ele, o futebol exige diferentes estratégias conforme o adversário e as circunstâncias de cada partida. “Eu acho que, no futebol, não pode se fazer uma única leitura. Tem que ser futebol propositivo em alguns jogos e reativo em outros”, afirmou.

O italiano explicou que prefere equipes versáteis, capazes de se adaptar aos desafios impostos. “Eu não gosto de time que eu treine e tenha uma identidade fixa. Significa que você só é capaz de fazer uma coisa. Se quer ter sucesso, precisa fazer muitas coisas bem”, destacou o treinador, que já conquistou a Liga dos Campeões da UEFA quatro vezes.


A ausência de Neymar foi o tema mais comentado da convocação. Ancelotti fez questão de esclarecer que a decisão foi motivada por questões físicas. “O Neymar teve uma lesão e começou a jogar há pouco tempo. É um jogador muito importante, contamos com ele. Falei com ele de manhã para explicar a decisão e ele está de acordo”, afirmou.

Além de Neymar, outros importantes jogadores ficaram de fora da lista: Rodrygo, Gabriel Jesus, Joelinton, Éder Militão e o goleiro Ederson. Todos se recuperam de lesões. “Infelizmente, temos muitos jogadores lesionados e que não podem estar na seleção”, lamentou o técnico.

Por outro lado, Ancelotti promoveu novidades. Casemiro, do Manchester United, voltou a ser convocado após um período de ausência desde a Copa do Mundo do Catar. O goleiro Hugo, do Corinthians, foi incluído na lista, assim como o atacante Antony, que retorna após não ser chamado nas últimas datas FIFA.

A comissão técnica que trabalhará com Ancelotti também foi anunciada oficialmente. O treinador contará com profissionais de confiança, como os auxiliares Francesco Mauri, Paul Clement e Mino Fulco, além do analista de desempenho Simone Montanaro. A ausência de Davide Ancelotti, filho do treinador e seu habitual auxiliar, foi confirmada.

Ancelotti também manterá três profissionais ligados ao Atlético Mineiro na estrutura da Seleção: o diretor-médico Rodrigo Lasmar, o preparador físico Cristiano Nunes e o fisioterapeuta Guilherme Fialho. Eles seguem na CBF para garantir a continuidade do trabalho fisiológico e médico.

Durante a apresentação, o treinador ressaltou a responsabilidade de assumir a Seleção Brasileira. “Está claro para mim o que esperam. Eu posso ajudar a Seleção e me conectar à Seleção”, declarou, destacando a busca pelo hexa como principal objetivo.

Questionado sobre uma possível adaptação do modelo de jogo que utilizava no Real Madrid, Ancelotti respondeu que tudo dependerá das características dos atletas. “Depende das características dos jogadores. Vinícius é muito importante para esta Seleção”, disse, ressaltando a relevância do atacante do Real Madrid.

O treinador comentou ainda sobre a importância do apoio da torcida brasileira ao longo do ciclo até a Copa de 2026. “A conexão entre comissão técnica, jogadores e sociedade é um fator decisivo para os objetivos da Seleção”, afirmou.

Ancelotti fez questão de destacar que jogadores não convocados neste momento continuam nos planos para o futuro. Segundo ele, o grupo será fortalecido gradualmente, com novos nomes integrando-se ao longo das próximas convocações.

Sobre Neymar, o treinador voltou a reforçar que o craque faz parte dos planos para a Copa. “Ele voltou ao Brasil para jogar, para se preparar para a Copa. Contamos com ele, com a melhor versão dele”, garantiu Ancelotti.


Por fim, Ancelotti falou sobre a importância de Vinícius Júnior. “É difícil dizer por que Vinícius não teve sua melhor versão jogando pelo Brasil. Ele é um jogador extraordinário, trabalhador, lutador. Estou totalmente convencido de que na Seleção ele mostrará sua melhor versão”, afirmou o técnico, que dirigiu o atacante nos últimos anos no Real Madrid.

Lista completa dos 23 convocados por Carlo Ancelotti:

  • Alisson (Liverpool)

  • Bento (Al-Nassr)

  • Hugo (Corinthians)

Defensores

  • Alex Sandro (Flamengo)

  • Alexsandro (Lille)

  • Lucas Beraldo (PSG)

  • Carlos Augusto (Inter de Milão)

  • Danilo (Flamengo)

  • Léo Ortiz (Flamengo)

  • Marquinhos (PSG)

  • Vanderson (Monaco)

  • Wesley (Flamengo)

Meias

  • Andreas Pereira (Fulham)

  • Andrey Santos (Strasbourg)

  • Bruno Guimarães (Newcastle)

  • Casemiro (Manchester United)

  • Ederson (Atalanta),

  • Gerson (Flamengo)

Atacantes 

  • Matheus Cunha (Wolverhampton)

  • Antony (Real Betis)

  • Estevão (Palmeiras)

  • Gabriel Martinelli (Arsenal)

  • Raphinha (Barcelona)

  • Richarlison (Tottenham)

  • Vini Jr. (Real Madrid)

O cronograma da Seleção prevê que a apresentação dos atletas será no dia 2 de junho, em São Paulo. A equipe realizará treinamentos no CT Joaquim Grava antes de embarcar para Guayaquil no dia 3, onde enfrentará o Equador dois dias depois.

Além dos dois jogos iniciais, o Brasil ainda terá compromissos pelas Eliminatórias em setembro, contra o Chile e a Bolívia, dando sequência ao processo de classificação para o Mundial que será disputado nos Estados Unidos, México e Canadá.

Ancelotti encerrou sua apresentação reafirmando a confiança no grupo convocado e reiterando que o trabalho será guiado pela busca do sexto título mundial. “O Brasil sempre esteve no mais alto nível. Queremos manter isso e voltar ao topo do mundo”, finalizou.


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