Oficinas especializadas em escapamentos barulhentos agravam problema; Polícia Militar intensificou operação de combate na quarta-feira


Polícia Militar realiza operação de fiscalização de motos em Patrocínio para coibir escapamentos adulterados. (Crédito: Divulgação/PMMG)

Da Redação da Rede Hoje

A poluição sonora provocada por motos e carros tem se tornado um dos maiores problemas de convivência urbana em Patrocínio. Barulhos excessivos, escapamentos adulterados e até ruídos que imitam tiros têm tirado o sossego dos moradores, principalmente durante a noite e nos fins de semana. O desrespeito é tanto que já existem oficinas especializadas em modificar escapamentos para produzir sons mais fortes.

Esses ruídos afetam especialmente crianças, pessoas doentes, autistas e animais domésticos, que sofrem com a intensidade do barulho. A legislação prevê punições, mas o problema persiste. Moradores afirmam que a sensação é de impunidade e que o combate parece uma tarefa sem fim, já que muitos infratores voltam a repetir as práticas após as fiscalizações.

A Polícia Militar tem atuado constantemente para conter o problema, mas os resultados ainda são limitados diante da frequência das infrações. Segundo um policial ouvido pela reportagem, “é como enxugar gelo”, porque o número de motocicletas irregulares continua crescendo, alimentado por quem busca chamar atenção com o som do escapamento.

Na quarta-feira (16), a PM intensificou as ações da Operação Cavalo de Aço, voltada ao combate a irregularidades no trânsito e à promoção da segurança viária. A iniciativa reforçou o policiamento ostensivo e buscou reduzir o impacto do barulho no espaço urbano, em resposta às reclamações da população.

Operação Cavalo de Aço reforça combate às irregularidades

Durante a operação, os militares realizaram abordagens e fiscalizações em diversos pontos da cidade, com foco em motocicletas que apresentavam escapamentos alterados, condutores sem habilitação e veículos sem licenciamento. O objetivo foi coibir infrações que colocam em risco tanto o sossego quanto a segurança pública.

Os resultados foram expressivos: cinco motocicletas autuadas, quatro retidas e uma apreendida. Além disso, dois condutores inabilitados foram autuados e registrados um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por perturbação do sossego público e um Boletim de Ocorrência (BOS) de visita tranquilizadora. No total, 19 autos de infração de trânsito (AITs) foram lavrados.

De acordo com a Polícia Militar, o uso de escapamentos adulterados é uma das infrações mais recorrentes e tem sido alvo constante das fiscalizações. “A perturbação do sossego público é crime e será combatida com rigor. O objetivo é restabelecer o direito ao silêncio e à tranquilidade da população”, informou a corporação em nota.

Mesmo com as operações, o desafio persiste. O número de motos com escapamentos modificados ainda é alto, e a sensação de impunidade estimula a repetição da conduta. Especialistas afirmam que, além da repressão policial, é necessário um trabalho educativo e punitivo mais firme para que a lei seja respeitada.

População pede mais ações e punições severas

Moradores de diferentes bairros têm recorrido às redes sociais para denunciar o barulho constante. Há relatos de motociclistas que aceleram propositalmente em frente a escolas, hospitais e casas, incomodando famílias inteiras. 

Entidades ligadas à saúde mental também alertam para o impacto dos ruídos sobre pessoas autistas e acamadas, que podem apresentar crises de ansiedade ou dor física em razão da intensidade sonora. O problema, segundo especialistas, extrapola a questão do trânsito e se torna um caso de saúde pública.

A Operação Cavalo de Aço continuará sendo realizada em diferentes pontos da cidade, de forma aleatória, para aumentar a sensação de segurança e coibir abusos. A Polícia Militar reforça que a colaboração da população é essencial, e que denúncias podem ser feitas pelo 190.

Enquanto isso, o som dos escapamentos continua ecoando pelas ruas, revelando um grave problema de educação e empatia. Respeitar o silêncio coletivo é também respeitar a saúde e a dignidade de quem vive na cidade.

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