Em Tóquio, o Brasil abriu 2 a 0, mas sofreu a virada por 3 a 2, com falhas na defesa e no gol, em jogo preparatório para a Copa do Mundo de 2026


O terceiro gol do Japão na vitória histórica sobre a Seleção Brasileira em Tóquio. (Crédito: reprodução ge/Globo) 

Da Redação da Rede Hoje

A Seleção Brasileira de futebol masculino sofreu, nesta terça-feira (14), sua primeira derrota na história para a equipe do Japão, em um amistoso disputado na cidade de Tóquio. O placar final de 3 a 2 a favor dos donos da casa chocou a torcida brasileira, especialmente pelo fato de o Brasil ter aberto uma vantagem de dois gols no primeiro tempo, indicando o que seria uma vitória tranquila na Ásia.

O Brasil conseguiu abrir o placar na primeira boa investida ofensiva. O volante Bruno Guimarães deu um lindo passe que encontrou o lateral-direito PH, do Vasco, livre para sair na cara do goleiro e marcar 1 a 0. Não demorou para o segundo gol surgir: aos 31 minutos, Paquetá lançou a bola na entrada da área para Martinelli, que finalizou com precisão e ampliou a vantagem para 2 a 0.

O que parecia ser uma vitória encaminhada e tranquila para o Brasil transformou-se em um pesadelo completo no segundo tempo, com o Japão voltando do vestiário mais agressivo e organizado. A mudança drástica no placar começou a se desenhar após uma falha defensiva bisonha do zagueiro Fabrício Bruno. O defensor do Cruzeiro caiu ao tentar sair jogando, permitindo que a bola ficasse nos pés de Minamino, que não perdoou e descontou o marcador.

O Japão empatou rapidamente, com um lance que envolveu mais uma infelicidade do zagueiro brasileiro. Nakamura recebeu a bola na lateral esquerda da área e chutou cruzado; na tentativa de cortar, Fabrício Bruno acabou desviando a bola contra a própria meta. Sem conseguir encontrar uma reação efetiva, o Brasil viu a inédita virada ser concretizada por Ueda, que cabeceou após escanteio.

Autocrítica do zagueiro e do técnico. Após o apito final, o zagueiro Fabrício Bruno se manifestou publicamente, assumindo a responsabilidade por seus erros. O defensor do Cruzeiro pediu desculpas ao povo brasileiro por suas falhas, mas fez um apelo para que o episódio não o defina como atleta. "Erro meu, peço desculpas ao povo brasileiro. É sentir o momento, a dor, mas seguir adiante em busca de novas oportunidades," declarou Fabrício Bruno em zona mista.

O zagueiro ainda completou sua autocrítica afirmando que "Um erro não vai me definir como jogador. Talvez possam querer me rotular, me criticar, faz parte do processo, mas me definir por 45 minutos, um lance, é impossível. Peço que as pessoas não sejam covardes a ponto de me crucificar por um erro que, infelizmente, aconteceu." O jogador recebeu apoio de companheiros, como Casemiro, no vestiário.

O técnico Carlo Ancelotti também analisou o revés e apontou o que considerou o "maior erro" da equipe na partida. Segundo o italiano, a Seleção Brasileira estava com o jogo sob controle até a falha individual, mas desmoronou mentalmente após o primeiro gol sofrido. "A equipe caiu mentalmente depois do primeiro erro. Isso foi o maior erro da equipe", avaliou o treinador.

Ancelotti tirou o peso da falha de Fabrício Bruno, mas lamentou a falta de reação coletiva. Ele afirmou que o time precisa aprender com a derrota e encontrar equilíbrio mental, pois "no futebol, 45 minutos pode custar um sonho", ecoando uma crítica de Casemiro. O resultado serviu como um alerta para a comissão técnica, que busca maior consistência tática e psicológica antes da Copa do Mundo de 2026.

Repercussão nacional e asiática. A imprensa brasileira repercutiu a derrota com um tom de preocupação e crítica, focada no que foi amplamente chamado de "apagão" da Seleção no segundo tempo. Os veículos de comunicação nacionais lamentaram o fim da invencibilidade histórica contra o Japão e destacaram que a derrota expôs as fragilidades defensivas da equipe alternativa. As falhas de Fabrício Bruno e Hugo Souza foram manchetes.

Enquanto no Brasil o foco era o desempenho negativo, a imprensa japonesa transformou a vitória em uma festa nacional, tratando o resultado como um feito memorável e inédito. Os veículos do Japão exaltaram a resiliência e a capacidade de reação dos "Samurai Blue", que conquistaram a primeira vitória em 14 confrontos com o Brasil.

A vitória do Japão foi vista como um símbolo da ascensão e da maturidade do futebol asiático, um aviso de que a seleção local não é mais um adversário fácil. Jornais internacionais também deram destaque, com publicações em Portugal classificando o ocorrido como "escândalo em Tóquio" e na Argentina tratando a virada sobre o Brasil como algo que "abalou" a equipe a meses do Mundial.


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